Doutores da Universidade da Pensilvânia testam o procedimento em três pacientes, mas ainda é cedo para determinar se a edição CRISPR é eficaz no tratamento contra o câncer.
A primeira tentativa de utilizar a edição de genes CRISPR para o combater o câncer por médicos norte-americanos parece, até agora, estável nos três pacientes que participaram do tratamento. Porém, como comentado nesta quarta-feira (06) pelos doutores responsáveis, o quadro ainda é incerto e é necessário aguardar para confirmar se a CRISPR melhorará as chances de sobrevivência desses pacientes.
“Foi a engenharia celular genética mais complicada tentada até agora”, afirmou o líder do estudo, Dr. Edward Stadtmauer da Universidade de Pensilvânia.
O médico ainda confirmou que é possível fazer a edição genética de maneira segura nas células do sistema imunológico.
Dois dos pacientes enfrentavam mieloma múltiplo, um câncer que afeta a medula óssea; o terceiro luta contra um sarcoma, um tumor maligno que se forma no tecido mole. Antes da edição genética, todos haviam falhado em procedimentos padrões e estavam ficando sem opções.
Dois pacientes participam do tratamento há três meses, mas seus quadros estão diferentes: enquanto o câncer de um continuou piorando, o de outro permanece estável. No terceiro paciente, que começou a intervenção recentemente, ainda é cedo para saber o resultado da edição genética.
No procedimento, os médicos retiraram as células do sistema imunológico do sangue dos pacientes e as alteraram geneticamente, ajudando-as a reconhecer e combater o câncer. O tratamento possui efeitos colaterais mínimos e gerenciáveis e é realizado apenas uma vez, já que a edição genética é uma maneira de alterar permanentemente o DNA para atacar as causas de uma doença.
CRISPR
O CRISPR é uma ferramenta para cortar o DNA em um lugar específico e, neste tratamento, foram excluídos três genes que podem estar comprometendo a ação de defesa do sistema imunológico, adicionando um novo recurso para fortificar o combate à doença. Assim, as novas células editadas devem se multiplicar dentro do corpo e agir como uma ‘droga viva’, podendo curar doenças genéticas.
A edição CRISPR já foi testada para outras doenças, mas, para o câncer, foi a primeira vez que foi realizado fora da China. Nos Estados Unidos, levou quase dois anos para os médicos receberem a aprovação do governo e outras universidades já testam o procedimento.
Ainda existe bastante chão até os médicos chegarem em uma conclusão sobre o resultado do tratamento. Mas, por enquanto, o doutor Stadtmauer afirmou que as células editadas sobreviveram e se multiplicaram como pretendido. O plano é tratar mais 15 pacientes e avaliar como eles se saem no programa, traçando um panorama sobre como a edição de genes CRISPR pode ser utilizada para o combate ao câncer.
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Fonte: Olhar Digital